Storytelling: 7 marcas que usam o poder da narração para vender mais
Como seres sociais, nós sempre contamos histórias. Mesmo quando ainda éramos um grupo de humanos primitivos, o storytelling já existia, mas de uma forma um pouco diferente.
Os sons e gestos feitos pelos nossos ancestrais já contavam sobre um animal especialmente feroz em uma caçada ou como as frutas de certo lugar eram perigosas.
No início da sociedade, o ato de contar histórias não era puro divertimento, era questão de sobrevivência.
A contação de histórias passou de geração para geração. Cada época possuía suas formas únicas, mas o que não muda é que elas sempre existiram.
Algumas tradições orais persistem até hoje, como vemos nos contos de fadas que conhecemos.
Assim podemos perceber que a história tem certo poder sobre a mente humana. E esse poder consegue ser explorado no marketing. É isso que chamamos de storytelling.
Entenda neste artigo do que se trata essa prática, porque é tão importante para as mais variadas estratégias de marketing, tanto digitais quanto offline, e como uma propaganda pode ser considerada uma obra de arte.
O que é storytelling?
Esse termo muito conhecido foi trazido da língua inglesa e pode ser traduzido como o ato de contar histórias relevantes, ou seja, narrar fatos e contos de maneira exímia, de forma a aguçar a curiosidade das pessoas e prendê-las de algum modo.
Em inglês também existe outra expressão, conhecida como “tell a story”, que é o ato de contar uma história. Dessa forma, o storyteller, que é quem faz o storytelling, nada mais é que um bom contador de histórias.
No entanto, muitas pessoas se questionam como que a prática de contar boas histórias entrou no marketing e faz parte de tantas estratégias de marcas mundialmente conhecidas e que viraram verdadeiros cases de sucesso.
A relação é simples: as pessoas gostam de ouvir. Por que as empresas não podem fazer isso para obterem resultados e prenderem a atenção do público?
Atualmente, o storytelling é muito usado no marketing e ações de publicidade, justamente por atrair as pessoas com bons enredos, elementos audiovisuais ricos e vivências contadas de uma maneira que prenda as pessoas, gerando as mais variadas emoções
Para saber se um conteúdo que você viu se trata de uma estratégia de storytelling, ele deve ter os elementos dessa tríade:
Técnicas de narração da história: essa parte do tripé é responsável por decidir os conceitos que irão guiar o conteúdo a ser contado.
Narração: é o que torna possível a ideia que se encontra no papel, ou seja, a história em si.
Fluidez: até mesmo a melhor das histórias se não for contada de maneira fluída, não prende o espectador. Por isso, a fluidez é uma grande característica desse tipo de conteúdo.
Então, o storytelling pode usar muito da tecnologia para enriquecer suas histórias, além de gatilhos mentais e conteúdos com a intenção de persuadir o espectador, fazendo com que a empresa venda mais de maneira indireta.
Essa forma de produzir pode ser incluída nas mais variadas ações, seja de vendas, consultoria e até mesmo na produção de textos de um blog ou vídeo, sem contar as famosas propagandas na TV que fazem o maior sucesso.
Por que utilizar essa estratégia?
Após saber do que se trata o storytelling, muitos gestores se questionam se realmente essa forma de criar conteúdos pode beneficiar a empresa e atingir as metas de vendas, por exemplo. Veja alguns motivos para investir nessa aplicação:
Jornada: o público está cansado de ver materiais que contam mais do mesmo ou vendem produtos sem atrelar valor àquela história sendo contada. Ao verem um material criado com esse cuidado, automaticamente dão mais importância.
Várias mídias: esse tipo de conteúdo pode ser consumido por texto, vídeo e áudio, o que permite grandes possibilidades de produção e assimilação do público.
Identificação: boas histórias, além de prenderem as pessoas, geram identificação, principalmente se o personagem sofrer das mesmas necessidades do público, fazendo com que o espectador veja a empresa com mais empatia e carinho.
Emoções: até mesmo a pessoa mais racional deve se emocionar com algo. O storytelling entra como uma forma de despertar emoções e fazer com que as pessoas “reajam com o coração” ao estarem diante a sua empresa.
Persuasão: se boas histórias costumam prender os telespectadores, por que não fazer eles agirem? Pois, é. O storytelling vende de maneira indireta, ao juntar todos os outros fatores que dissemos com o adicional de persuasão.
Marcas que já utilizam storytelling
O uso do storytelling no marketing já é bastante difundido há décadas. Grandes marcas, como Coca-Cola, sempre trabalharam com propagandas contando histórias similares aos contos de fadas.
Garanto para você que muitos lembram-se dos ursos polares da Coca, mesmo que tenham visto o anúncio há anos, quando ainda eram crianças.
Mas será que marcas mais atuais e de outros setores também têm sucesso usando estratégias de storytelling? Com certeza! Confira alguns casos interessantes abaixo para se inspirar!
Dove
A Dove possui uma marca voltada à autoestima de suas consumidoras. De acordo com a Visão no site da empresa, o objetivo de seus produtos é transformar a beleza em fonte de confiança, não ansiedade.
Palavras são lindas e podem até ajudar o público a engajar-se com a intenção da Dove, mas nada fala mais que histórias.
Na sua campanha Retratos Real da Beleza, um artista forense fez desenhos de pessoas de acordo com as descrições delas mesmas. Depois ele fazia novos desenhos de acordo com a descrição de outras pessoas.
Os resultados foram tocantes, mostrando como a autocrítica pode apagar a beleza natural de uma pessoa.
Com essa história a Dove conseguiu atingir seu público e demonstrar sua missão, visão e valores sem sequer mencioná-los.
Heineken
A Heineken brincou com a ideia de que cerveja e futebol é só para mulher em sua campanha para a final da Champion’s League.
No anúncio, três homens eram abordados e precisavam convencer as namoradas a ir a um spa para ganharem ingressos para um evento da Heineken no dia da final.
Para a surpresa de todos, as mulheres foram enviadas a Milão para aproveitar a final ao vivo.
A pegadinha mostrou o perfil aberto e democrático da marca, convenceu mulheres de que Heineken também é para elas e ainda captou o interesse do público. Tudo isso sem necessariamente falar sobre cerveja.
Itaú
O Itaú vem adotando uma imagem mais humanizada há alguns anos. A intenção é mostrar o banco como um “amigo” do cliente, não uma instituição financeira tradicional.
Para conseguir isso, ele também apostou no storytelling e em vez de vender seus produtos ou soluções diretamente, aposta pelo lado emocional de realmente ser um parceiro das pessoas.
Na sua campanha, o Itaú apresenta um personagem, o Hilário, alguém com muita dificuldade para economizar.
Usando sua história, o banco aproveitou para dar dicas de uso consciente do orçamento. Além de criativa, a ideia saiu fora do padrão de anúncio tradicional que raramente engaja.
Uma história como essas pode não necessariamente vender o banco para novos correntistas. Mas o torna mais lembrado e o aproxima do cliente.
Johnnie Walker
Além de ser uma das marcas de whisky mais famosas em todo o mundo, a Johnnie Walker usou o storytelling em sua campanha “The Man Who Walked Around the World”.
A campanha conta a história do fundador da marca, integrando o “tema” da marca, a qualidade do whisky e sua visão.
Enquanto milhares de marcas fazem textos institucionais longos e enfadonhos que ninguém lê, a Johnnie Walker conseguiu engajar seu público com uma história.
Bem melhor do que escrever várias palavras de texto contando fatos históricos, não é mesmo?
Patagonia
A marca de roupas Patagonia possui um público bastante específico. Eles são especializados em roupas para esportes ao ar livre sustentáveis.
Além de oferecer itens de qualidade, a marca também retorna 1% de suas vendas à comunidade.
Seu marketing também é muito diferenciado. Ao invés de trabalhar com produções super elaboradas em estúdio, a Patagonia usa fotos enviadas pelos próprios consumidores.
Assim, eles conseguem contar histórias de pessoas que realmente usam seus produtos e atingir clientes similares.
Always
Provavelmente você já ouviu o termo “fazer algo como uma menina”, uma frase com uma conotação negativa. No anúncio, pessoas de várias idades deveriam fazer atividades, como correr, lutar e jogar, “como uma menina”.
Enquanto pessoas mais velhas fizeram imitações jocosas, meninas novas mostraram que não existe diferença.
O vídeo tem como objetivo mostrar como a autoestima feminina é prejudicada desde muito cedo e incentivar seu empoderamento.
Ao invés de tentar vender seus produtos para garotas, a Always adotou uma estratégia diferente.
A história contada faz com que meninas de todas as idades se identifiquem com a marca, passando a dar prioridade para seus produtos.
O Boticário
O Boticário também tem investido em propagandas que fogem do tradicional e contam histórias para se conectar com o público.
No dia dos namorados a campanha “Toda Forma de Amor” mostrou casais de vários tipos presenteando seus companheiros.
Nada de benefícios do produto ou vantagens de adquiri-lo, a história foi mais fundo. Ela criou um motivo emocional para comprar produtos O Boticário para o dia dos namorados.
Já pensou em aplicar essa estratégia em sua empresa?
Percebeu como usar o storytelling pode gerar uma conexão muito mais profunda com seu público?
O sucesso de contar histórias para vender produtos, serviços ou marcas é muito simples. Histórias geram emoções e sensações que uma simples propaganda não consegue.
Além disso, contar histórias que engajam é a melhor forma de garantir que seu público ficará de olho na tela até o final.
O storytelling é o futuro das campanhas de marketing que ficam grudadas na mente do cliente e ele pode ser usado em vários tipos de conteúdo.
Que tal ser mais uma empresa que ficará na mente de seus clientes de uma maneira diferente?
Aproveite para continuar por aqui e aprender mais sobre a produção de conteúdo. Confira nosso infográfico sobre tipos de conteúdo.